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Pesquisa no Abismo

Minha Arte

Mensageiro Obscuro é um escritor performático que possui um espetáculo solo no qual recita textos utilizando vestuários exóticos, maquiagens e outros recursos criados por ele. Escreve prosas poéticas, poesias, contos, crônicas, pensamentos, frases e experimenta outras formas de escrita.

Seus principais estilos e temas em suas obras são: aventura fantástica, realismo fantástico, autobiografia, onirismo, ultra-romantismo, simbolismo, drama, horror e suspense, ocultismo e misticismo, mitologias, filosofias, surrealismo, belicismo, natureza, comportamento, erotismo e humor.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Lúcifer Arquetípico

L uz brilhante que com exuberância seduz,
U ma personalidade poderosa é nossa marca,
C ondenados somos ao nos rebelar,
I nterpretação é a porta para a compreensão
F raqueza não persiste em quem luta e vence,
E nergia sem contraparte não existe,
R ebeldia é a libertação contra a opressão.

A rrependidos não se superam,
R ebanho é o grupo das marionetes,
Q uando os vermes nos atacarem
U niremos nosso poder contra eles.
E staremos prontos para lutar,
T rabalhamos por nossa autonomia,
I niciados na solitária estrada
P ara fazer o que desejarmos.
I nsistimos em destruir o Sistema,
C aímos e nos levantamos,
O rdenamos nossas próprias vidas.

- Mensageiro Obscuro.
Setembro/2008.

Foto: "Lúcifer" por Guillaume Geefs, 1848.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tuas Aventuras Começam Aqui!

Sejas bem-vindo à minha cripta, dormi por muito tempo. Eis minha morada empoeirada nesse cômodo solitário, as folhas secas e o mármore gélido enfeitam meu lar. Oh! Minha criança de rosto assustado, tu me tiraste das entranhas desta tumba e agradeço-lhe por isso. Admire-me, pois sou único, sinto que sou teu sonho que virou realidade. Digo que teus estudos estavam certos! Tua pesquisa intensa é real, te direi a verdade sobre mim... Sou poderoso, lindo, rico, charmoso e você deseja ser como eu... Sou o que procuras! Sou um vampiro!

Consumo os fracos há muitas épocas, sentes medo? É lamentável que sejas assim. Consigo saber quem és, não temas... Veja minha boca com caninos afiados, observe-me atento. Sou dotado de poderes complexos, eu lhe recompensarei, sou generoso, portanto estude-me mais. Tens belas roupas extravagantes e maquiagens. Tudo de meu gosto, tu veste-se bem meu jovem mortal, desejo presentes assim... Obrigado pelo traje de vampiro que ironicamente as artes de seu povo criaram para mim... Estou trajando-me como escrevem em lendas de seus companheiros de espécie. Venha para perto de meu esquife.

Que veias pulsantes tens... Venha meu querido e alimente-me com essa delícia de sangue... Chega! Não me excederei, vais viver mais, pois tu és especial. Preciso de criminosos pra sugar, como também de um banho confortante. Apresente-me teu mundo nessa era, ajuda-me agora, meu amigo? Obrigado por não deixar esse deus aqui virar pó como tantos outros viraram e ainda hão de virar. Sou egocêntrico, mas posso amá-lo e treiná-lo.

Sejas meu discípulo por agora e adiante! Venha para mundos que sua consciência nega existir, acompanhe-me numa jornada insana e divertida vamos logo, aceite essa oferta, sejas uma boa criança... Talvez eu lhe dê o Presente das Trevas. Temos um segredo. Recapitulando: tuas aventuras começam aqui!

- Mensageiro Obscuro.
Fevereiro/2006.

-- Glossário --

Termos baseados nos livros da saga das crônicas vampirescas de Anne Rice:

Criança = Gíria vampírica para um vampiro neófito e também usada por uns vampiros para definir um discípulo humano.

Presente das Trevas = É a transformação de um mortal em vampiro, do qual herda poderes e sua maldição imortal. Consiste basicamente em ter uma boa parte de seu sangue sugada pelo vampiro e depois tal sangue misturado circulante no corpo do vampiro é doado em pequenas doses ao vampirizado que o suga direto do corpo do monstro para se tornar um amaldiçoado como ele.

Foto: "Lestat" por Norma Peters. Obra inspirada nos livros das Crônicas Vampirescas de Anne Rice.
Portal da artista: Norma Peters

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Estrela Sombria

Conheci uma mente poderosa e encantadora, dona de uma racionalidade complexa, excêntrica em forma e conteúdo. Reclusa, tão longe em sua torre nebulosa, eis a dama exótica forjada nas trevas, teu brilho diferente a tornou na Estrela Sombria! Ela é um farol num reino de sombras com potencialidades tão raras. É pura personalidade e poder, expressiva em filosofia e artes. Possui mistérios e segredos opacos, pouco decifráveis até aos íntimos.

Por vezes feriram teu corpo e mente, sobraram cicatrizes como provas. Em estudos de pesquisa e misticismo talvez ela seja vampira ou até demônio. Realidade ou mitologia, tese e antítese, híbrida essência mórbida, pálida fêmea. As belezas da decadência e dor existem, mas somente os mais sensíveis as captam.

Sua estranheza gera curiosidade contínua revelando criatura tão única e companheira. Por trás de sua blindagem existem atrativos que guardam mundos distantes e belos. E de tantas estrelas nos céus poucas estrelas brilham tanto em meu Universo.

- Mensageiro Obscuro.
Janeiro/2006.

Foto:"The Commander" por Freydoon Rassouli.
Página do artista:  Rassouli

domingo, 20 de setembro de 2009

Lar de Minha Tristeza

Folhas secas caem em meu solo infértil, folhas tão secas como meu coração por dentro, estátuas desgastadas, quebradas e empoeiradas enfeitam minha morada tão decrepita. Todas elas tão esquecidas quanto meus sentimentos antes intensos e um dia tão quentes. Meu sarcófago está aberto e ansioso pelo meu corpo ainda tão vivo, minha alma está aderente ao sabor curioso e esperado da morte, não mais tenho esperanças em viver. Dor, tristeza e sofrimento transbordam, solitário estou, esperando o beijo da morte, e o lar de minha tristeza ainda está erguido! Beije-me, sentencie-me ao fim, faça de mim uma pedra! Que eu seja a pedra na cabeça dos inimigos, que sintam minha dor e angústia em seus corpos. Para a glória de meu ego, abandono o perdão e digo: maldita hora em que nasci e cresci!

Lágrimas e dores corroem meu tolo espírito, seres espectrais perturbam-me em solo sagrado, sacerdotes macabros fingem benevolência, eu os odeio e eles fingem me amar. Lar de minha tristeza, dor em minha morada, eis meu refúgio do martírio nessa sentença decadente! Prisão secreta onde choro sem temor de ser visto, onde o solo comerá de minha carne aos meus ossos. Agora deixem-me saborear as desilusões de minha vida morta enterrado no lar de minha tristeza.

- Mensageiro Obscuro.
2005.

Foto: Algum túmulo em um cemitério (arte cemiterial e tumular).