Leitores

Pesquisa no Abismo

Minha Arte

Mensageiro Obscuro é um escritor performático que possui um espetáculo solo no qual recita textos utilizando vestuários exóticos, maquiagens e outros recursos criados por ele. Escreve prosas poéticas, poesias, contos, crônicas, pensamentos, frases e experimenta outras formas de escrita.

Seus principais estilos e temas em suas obras são: aventura fantástica, realismo fantástico, autobiografia, onirismo, ultra-romantismo, simbolismo, drama, horror e suspense, ocultismo e misticismo, mitologias, filosofias, surrealismo, belicismo, natureza, comportamento, erotismo e humor.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estou de Saída

Sei que sou denso, talvez pesado demais para ti, talvez um fardo sofrível, então vamos nos distanciar... você fica no seu canto e eu no meu. Pela boa vizinhança, vamos ficar afastados, faremos de conta que não existimos um para o outro por uns tempos, pode ser divertido e importante, estou disposto a seguir com essa idéia. Fique em sua casa e eu vou para um abismo ou montanha, tanto faz, estarei em meu território por dias ou semanas, mas lá estarei em sintonia com coisas tão minhas. Você reclama que ando calado com olhar perdido, ouvidos desviados e com o nariz para baixo, todo pensativo e sensível ao que desconhece. Não é dor, não é desamor, nem fofoca e nem outras tolices que você costuma pensar. Não quero desabafar e nem chorar, é sério! A verdade é que o que penso e sinto não é expressível a ponto de ser captado por sentidos comuns, o que se passa por dentro de minha pessoa só eu sei. Não adianta pedir que eu me explique, que me abra para ti, para que depois crie ou reforce dúvidas em sua mente. Não adianta eu dizer o que não é possível de entender.

Minha voz e letras não dizem nada que te levem a algum lugar, pois meu abismo é fechado e só meu, lá é meu território onde mistérios e segredos habitam solitários. Essa é minha profundidade e não posso te prender, portanto não se prenda a minha pessoa. Sou como o pássaro do livro "A Menina e o Pássaro Encantado" do Rubem Alves: para que eu seja feliz tenho que ser livre para ir onde quero, sem amarras, mudando minha forma de acordo com as tantas nuances de minhas experiências. Desista de tentar desvendar um enigma tão complexo, isso só vai te tirar tempo. Umas coisas são mistérios, outras são segredos, mas todas são incompreendidas. Não quero falar, não tenho palavras belas. O que tenho é tédio do tipo para exportação, pode ser atacado ou varejo? Escolha logo sua leva, pois a concorrência é ferrenha.

Estou de saída ou em fuga, já peguei o que preciso, então não me procure e não vou te procurar, um dia nos encontraremos, sem pressa e sem pressão. Respeite minha individualidade e privacidade ou essa será nossa última conversa. Não quero falar com a voz embargada, não quero derramar lágrimas aprisionantes e nem quero sentir o terror da perda, é melhor viver desgarrado, mas não sem antes levar um abraço apertado. Sou livre e não vou mudar, essa é minha condição, não tente me parar. Não sou doméstico e nem dependente, então esqueça os grilhões ou amarre-se neles. Eu vou embora. Irei me aventurar e trarei façanhas e cicatrizes lindas. Enquanto eu não voltar estaremos juntos pela mente, então digo a você: até mais.

- Mensageiro Obscuro.
Setembro/2009.

Foto: Montanhas geladas. Encontrado no Google Imagens. Sem referências encontradas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Não Vivo Sem Ti

O imenso amor que sinto
é por ti, minha pequenina.
Intensamente desejo-a
jovial, corajosa e firme.
Muitos mentem e até matam
somente para te possuir.
Linda, versátil, sedutora
poderosa e trabalhosa.
Vestida de cores e números
ou apenas dura e brilhante.
És exuberante e imponente,
para sempre amada e odiada.

Confesso decidido:
Não vivo sem ti!
Dama que quando gorda
é ainda mais apetitosa.
Te quero em minhas mãos!
Amo-te livre ao dividi-la
até lhe empresto
para quem precisar de ti.

Torço para que volte maior,
pois estudo e trabalho
para te conquistar.
Sem sua presença nada sou,
apenas miserável sem lar,
tu és minha doce Fortuna!

- Mensageiro Obscuro.
Junho/2009.

Foto: Dinheiro. Imagem obtida pelo Google Imagens. Sem referências encontradas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vivente na Interseção

Sou filho de Anúbis e discípulo da Jehuty, vivo em missões no mundo dos mortos e vivos. Andei por oito direções em estudos e guerras, descobrindo outras realidades. Não tenho todas as perguntas e respostas, mas Ba e Ka montaram meu precioso Akh. Em mundos tão estranhos e complexos sintonizei raras essências capazes de me lançar em realidades alternativas. Sou um buscador, vivente na interseção de onde obtenho experiências astrais.

Sou um livre espectro, sem raízes e crias, descobridor de filosofias e ciências. Tenho o semblante do poder da vida e morte, sou um miscigenado trilhando caminhos. No Duat e Abismo pesquisei os poderes escritos dentro de energias universais. Não sou servo ou escravo dos neteru, sou apenas um aliado de alguns.

- Mensageiro Obscuro.
Outubro/2007.

-- Glossário --

Abismo = Submundo dos mortos onde os espíritos guerreiam por sua sobrevivência, evitando a segunda morte. Quem sobrevive nessas terras torna-se uma divindade local.

Akh = Termo usado para referir-se a alma imortal conseguida no pós-vida. Resultado da fusão de Ba e Ka que cria o espírito transfigurado que será julgado pelos 42 juízes na Sala das Duas Verdades. Era a força divina, a alma imortal.

Anúbis = Neter egípcio do submundo dos mortos, mumificação, auxiliador no julgamento, representante da imparcialidade e racionalidade. É representado como um homem com cabeça de chacal ou cachorro preto. Seu culto era realizado na cidade de Cynopolis e possui templos-cemitério para o treinamento de seus discípulos e cultistas.

Ba = Correspondia ao espírito, era a parte mental do humano.

Duat = Morada dos deuses egípcios, local místico poderoso onde os deuses passam a maior parte de seu tempo, onde vivem entre seres de grandes potencialidades.

Jehuty = Neter egípcio do conhecimento, intelectualidade, magia, mistério, ocultismo e Lua. É representado como um homem com cabeça de íbis ou macaco babuíno. Seu culto era realizado na cidade de Hermópolis, onde discípulos e cultistas treinavam seus conhecimentos em templos-biblioteca. É chamado pelos gregos pelo nome de Thoth.

Ka = Estranha dualidade do morto: alma com guardião e corpo vital com gênio protetor.

Neter = Neter é uma palavra em egípcio sem tradução exata. A antiga religião egípcia, diferente do que muitos pensam, cultuava um único deus. Sendo este supremo, eterno, imortal, onisciente, onipresente e onipotente. Mas este deus aparece de várias formas e aspectos, os neteru (plural de "neter" no masculino e "netert" no feminino). Os neteru egípcios não eram pessoas imortais para serem adoradas, mas sim ideais e qualidades para serem honradas e praticadas possuindo aspectos personológicos variados que juntos eram cultuados. Os arqueólogos e egiptólogos que estudaram sobre a antiga religião egípcia, traduziram neteru como deuses e deusas, dando totalmente a informação errônea de que tais seres são forças independentes.

Foto: "Bridge of Dreams" por Freydoon Rassouli.
Portal do artista: Rassouli

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sonhos Entre Escombros

Ainda divirto-me entre os escombros, ruínas de nossa civilização. Construímos nossas próprias covas quando abusamos do mundo. Sofro com nossa incompetência em fazer um mundo melhor. Dizem que sou pessimista... mas a realidade é mesmo péssima. Ainda temos conhecimentos e prazeres, mesmo assim não basta isso para melhorar. Para muitos sou louco por perceber que o mundo tornou-se lixo.

Vivemos um drama, uma tragédia, ainda sobra energia para mudar. O humanismo é uma grande solução, assim como a sofrida ecologia. Entre escombros sonho com um mundo melhor, agora podem rir de mim.

- Mensageiro Obscuro.
Junho/2008.

Foto: Escombros da II Guerra Mundial.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Meu Passeio Com a Milla Jovovich


Na semana passada assisti o filme Ultravioleta com a Milla Jovovich, ela estava linda como era de se esperar, daí depois ao dormir sonhei que eu saía do hospital estadual onde faço estágio na emergência com acadêmico de Enfermagem. Daí veio um Porshe prateado muito bonito que sem dúvidas valia uma nota preta, quando me aproximei do carro para contemplá-lo o vidro fumê abaixou e quem estava lá dirigindo solitária? Ela mesma: Milla Jovovich!

- Cara... isso é mentira! Essa mulher não vai me dar mole...- pensei logo.

Milla abaixou o teto do carro, pois o Porshe era conversível e me perguntou se eu estava livre do estágio do hospital, eu disse que acabei tudo e estava pronto para sair. Ela usava um óculos escuro de armação prateada, eu não acreditava, ela falava português fluente com sotaque eslavo, que charme!

- Sobe aqui lindinho que te levo para um passeio. Esqueça o ponto de ônibus hoje, temos muito a fazer juntos - disse Milla com um português com forte sotaque ucraniano, ao mesmo tempo era incomum e sensual ouvir aquela voz delicada e exótica.

Nem pensei em nada, fiquei levemente perdido, entrei logo no carro. Senti a brisa no rosto e o conforto de um carro de luxo europeu.

- Pisa fundo Milla! - eu estava animado. Milla acelereou dentro dos limites permitidos.

Rodamos por Niterói, eu no Porshe prata com aquela mulher linda ao meu lado, aproveitei para esnobar, pois não é todo dia que recebo uma carona de uma mulher desse nível. Pensei no sonho que trepar com mulher feia agora seria coisa do passado, agora só teria a Milla na jogada. Passei em frente à minha faculdade, olhei para aqueles playboys toscos com suas patricinhas sem cérebro, foi aí que um playboy otário. Empinei a cara enquanto o vento batia em meus longos cabelos, eu me sentia o máximo.

- Aí Obscuro, tá só na carona... Ah... vai "arroz". Só acompanha! - disse um playboy escroto que detesto.

Fiquei irado, odeio babaquice comigo em qualquer situação, em especial quando estou com uma mulher ao lado. Estávamos perto da pizzaria, Milla olhou para ele com nojo, e mesmo a cara de zangada dela é um espetáculo.

- Ninguém fala assim com você na minha frente! - Milla falou com tanta firmeza, fiquei impressionado.

Vi aqueles lindos olhos por detrás do óculos, que bela visão... que sensualidade, coisa de louco, aquela boca expressiva também era um espetáculo! Milla estacionou o carro, saiu e deu a volta, eu saí também e íamos até a pizzaria, o playboy babaca ficou afastado a nos observar, então entramos. Milla disse que pegaria a pizza e refrigerantes para a gente. Eu fiquei ali fora encostado no carrão, já havia tirado meu jaleco. Evitei brigar daquela vez, então o playboy tentou se aproximar dela e jogou umas cantadas toscas e ela já estava com raiva. Tentei chegar junto para tirar satisfações com o playboy, mas antes que eu me aproximasse ela foi mais rápida, enquanto eu segurava a caixa de pizza com as duas latas de refrigerante a minha musa deu um chute no saco do paspalho. Ela veio até o carro, peguei a caixa de pizza e entramos no carro maravilhoso dela.

- Não vai esnobar mais um pouquinho? - Milla sorriu maliciosamente, mordeu seus próprios lábios e entendi que ela queria um beijo. Beijei-a suavemente segurando a caixa de pizza, ela segurava os refrigerantes. O povo fútil da faculdade ficou impressionado. O Obscuro agora beijava a Milla Jovovich... isso merecia matéria no jornal acadêmico. Não é todo dia que um cara desconhecido fica com uma atriz, ex-modelo, estilista, cantora e musa dos marmanjos e nerds.

Entrei no carro, fiz “piru” para um bando de babacas, aí ela me puxou e meu deu um beijo mais intenso, seguiu com o carro e logo estávamos dando a volta para seguir rumo ao MAC (Museu de Arte Contemporânea) em Niterói, era de tarde, saímos do carro, conversamos, comemos e bebemos por lá. Um baita clima de romance, eu pensava que tinha ganho na loteria, o melhor é que ela falava português e conversava como uma mulher bem inteligente. Que tesão, então namoramos muito observando a paisagem enquanto vinha o pôr do sol, ela sorria e ficávamos abraçados, eu me senti “o cara”.

- Vem comigo... tive uma idéia louca – eu disse a ela com bastante malícia enquanto a beijei no pescoço. Ela entendeu que o clima esquentou entre nós.

Descemos até a escada do bistrô do MAC, nos beijamos e começamos a nos acariciar. Era quarta-feira e tudo estava bem deserto, ela estava com um vestido roxo bonito e elegante com um decote discreto e seus joelhos à mostra, tinha botas roxas curtas de bico redondo e salto médio. Tudo parecia tão real... meus sentidos me enganavam nesse sonho, meus instintos estavam intensos enquanto o desejo onírico me tomava firme com aquela sedução fascinante. Tivemos beijos, mordidas, toques, arranhões e amassos intensos colados a uma parede enquanto a brisa batia em nossos corpos. Sua pele clara já estava vermelha após tantos apertos, então o segurança nos viu.

- Tá certo que a mulher é bonita e gostosa, mas tem motel aqui em Niterói. Fora daqui sortudo! - o segurança ria e sacudia a cabeça, Milla botou a língua para fora em careta e sorriu. Virou-se comigo segurando sua cintura, fiz uma cara de "deixa que eu cuido disso" para o segurança e fui embora.

Voltamos na direção do carro, tiramos fotos pelo pátio do museu, nos comportamos como bons cidadãos quietos e discretos, mas nossos rostos falavam o inverso. Seguimos de mãos dadas só namorando e contando histórias engraçadas. O mais cômico é que ela me conhecia pela internet. Tá certo que já saí com mulheres da internet e não foram poucas, mas nunca dei sorte tão grande na vida real como nesse sonho.

- Tá afim de uma loucura só nossa? - Milla propoz uma safadeza, dando estalinhos na minha boca, então eu fiquei pensativo.

- Diz o que é... Eu decido se vamos ou não – eu não ia dar tanto mole assim de cara.

- Pára de se fazer de difícil! Meninos maus como você apanham mais, sabia? - Milla tirou os óculos e os colocou na bolsinha prateada com que andava. Ela apontava um dedo para minha boca e fingi que ia mordê-lo. Ela sorria de boca fechada e passava a língua pelos lábios... maliciosa e pensativa.

- O que você propõe minha querida? - eu agora estava curioso, adoraria negociar uma diversão a dois.

- Vamos logo para um motel ótimo que conheço... até telefonei para lá, eles estão com muitas vagas hoje – Milla mordeu os lábios e passou a língua entre eles, ainda mais maliciosa que antes. Pensei que aquela noite prometeria surpresas e prazeres incríveis.

Voltamos para o carro, ela fechou o conversível e começamos a nos divertir, no carro mesmo. Milla beijava meu pescoço e bem de leve começava a me morder, retribuí a carícia e comecei a alisar suas coxas. Então ela batia nas minhas mãos dizendo que eu era um menino mau e não merecia tal intimidade. Novamente minhas mãos a alisaram, nos beijávamos, um pouco lentamente e depois ficávamos mais frenéticos, eu alisei suas costas e sentia um zíper ao meio, abaixei devagarinho e senti seu sutiã e toquei sua pele aquecendo ao meu toque, era suave e macia tão lisa e gostosa ao toque que é difícil definir, o perfume dela era o Hypnotic Poison da grife Christian Dior para o qual ela fez propaganda do mesmo, como adoro esse perfume! Com classe e cuidado eu abri com uma só mão a junção de seu sutiã e com a outra mão alisava seus cabelos carinhosamente, o soutien caiu por dentro da roupa.

- Safado! Ainda não vamos fazer aqui...guarde o doce pra festa! – disse ela com a voz ofegante e com uma falsa seriedade.

- Eu garanto que o doce não vai derreter aqui no carro, aqui é só a "entrada". O "prato principal" é no motel - eu ria com a situação e ela fingia que não queria que eu visse seus seios, mas eu os vi, ela me provocava e em poucos minutos vi seus mamilos rosadinhos e aquela pele branquíssima me deixava louco de desejo. Fiquei muito louco com aqueles seios, mas me contive, eu estava eretíssimo, com muito desejo mesmo, mas me segurei e isso aumentava minha tensão e tesão.

- Agora que viu pode brincar com carinho, brinque com meus seios – disse a musa branca ao deixar as alças do vestido caírem, deixando os seios nus. Não me contive e comecei um série de carícias com as mãos e boca nos seios dela, então ela abriu minha camisa com ferocidade e chupou e mordeu meus mamilos ávida por me provocar desejo. Eu acariciava aqueles cabelos macios suavemente e aquele pescoço pequeno e delicado estava com os pêlos da nuca arrepiados enquanto ela me chupava no peito, ela estava com o corpo quente e gemia forte durante a brincadeira, até me mordia só para me ouvir gemer baixinho.

Fomos para o banco de trás e nos acariciamos muito, estávamos excitados, mas não queríamos transar no carro, ainda não era o momento. Ela estava sentada no meu colo de frente para mim rebolando sobre minha calça e arranhava minha barriga, então eu lhe dei uns tapas na bunda, ela ria com a maior cara de sem-vergonha, chegou a me lembrar as mulheres criadas por Nelson Rodrigues, grande escritor e cronista. Mandei a Milla para o banco da frente, ela foi uma boa menina e obedeceu-me fazendo um biquinho de triste, puro teatrinho dela. Adorei!

- Dessa vez eu dirijo e por favor, não faça gracinhas senão a gente bate e aí vai ser um problema sério para nosso encontro – eu a desejava demais e me continha, estávamos com as roupas amarrotadas e quase suados se não fosse o ar condicionado potente do carro dela.

Dirigi e segui até o motel, estacionamos lá dentro. Saímos do carro, passei no balcão e ela falou com o balconista sobre reservas, então pegamos um bom quarto. Paguei o balconista uma pernoite em espécie e subimos. Nos corredores não tinha ninguém, estávamos tão excitados... Milla me atirava contra a parede com tesão e fúria e me beijava frenética até rosnando, me mordeu os lábios duas vezes e quase sangrei. Fiquei mais agressivo e também passei a correr atrás dela pelo corredor com cuidado para não fazer barulho. Ela corria muito e como era bem cautelosa não incomodava os outros quartos. O corredor era enorme, mas ela sempre se fingia de lerda só para que eu a puxasse com força pelos braços ou pela cintura. Ficamos brincando assim por uns tempos, mas ela sempre dava um mole para levar uns puxões de cabelo e tapas na bunda sem exagero, que brincadeira gostosa!

Quando Milla estava perto eu a beijava no pescoço e ela ria, tentava fugir risonha e fingia não querer nada, mas era tudo um jogo e ela era boa em brincar. Entramos no quarto finalmente, 4º andar, quarto 404. Entramos e fomos logo tirando a roupa, então entramos na banheira juntos completamente nus. No sonho ela não tinha seus 1,73 m, Milla era pequena do jeito que gosto, devia ter cerca de 1,60 m enquanto eu tinha meus 182 centímetros de altura que marcavam uma certa grandeza física que a excitava. Nos banhamos ainda excitados, mas sem transar, foi nesse momento que nos banhamos e deixamos a banheira encher para então desfrutar da mesma.

- Gosto de jogos de sedução, Ursão. Foi ótimo escolher a pernoite, pois 4 horas de estadia nesse motel não são suficientes para saciar nossos desejos – ela ria sarcasticamente e me olhava agora levemente tímida, mas era tudo brincadeira, ela sabia o que queria e não recuaria.

Nos beijamos na banheira, fizemos massagens, nos tocamos e as coisas se intensificavam, retomávamos o ritmo das brincadeiras do corredor. Mas que desagradável... aqui no meu mundo real meu celular tocou de manhã para me acordar. Levantei da cama com uma cara de raiva, então minha mãe abriu a porta e me encontrou só de bermuda com um grande volume e perguntou.

- Obscuro, como você explica essa cara de raiva e essa ereção? - minha mãe foi incisiva e perguntou o que não devia.

- Dessa vez começo pelo fim: a causa da ereção é a Milla Jovovich, que você vai dizer que nunca ouviu falar nela. Já a minha cara de zangado é idêntica a careta que você fez quando interrompi seu sonho erótico com o Richard Gere. Estamos quites! - respondi rispidamente.

Lá se foi meu sonho erótico, nem deu para completar o sonho. Tive um dia tedioso na faculdade, encontrei aquele mesmo payboy babaca da faculdade com aquelas piadas sem graça, passei naquela pizzaria e apenas olhei as pizzas na vitrine pois estava somente com a grana da passagem. Não tive nenhuma conversa interessante em nenhum local pelo qual passei durante o dia, ao chegar em casa ninguém interessante apareceu no orkut e MSN, só notei gente sem assunto que me adicionou por alguma razão. Mesmo tendo um dia ferrado tive um bom sonho interrompido, então será dificil esquecer esse meu passeio com a Milla Jovovich.

- Mensageiro Obscuro.
Setembro/2008.

Foto: Milla Jojovich em campanha publicitária para o perfume "Hypnotic Poison" por Christian Dior.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Cobaia Social

Observando as coisas como surgem penso às vezes que sirvo como cobaia em testes de alguma espécie de teoria de conspiração consistente em diversos focos independentes que sempre me põem como figura social incompreendida e dificilmente rotulada. É bem difícil rotular alguém tão versátil, talvez seja fácil incrementar conceitos relacionados em sinônimos relacionados à minha personalidade excêntrica e solitária tão incômoda para os indivíduos pré-julgados como "comuns". Na verdade todos temos peculiaridades, mas pessoas como eu nasceram exageradas nesse sentido.
Analisando casos decorrentes de péssimas interpretações perante meus ideais, gostos e desgostos, amores e ódios e demais motivações de meus conhecimentos empíricos e de meu estilo sibaritista, concluo que é difícil me relacionar em certa parte, pois minha linguagem nem sempre diz tudo que desejo e acabo por ser identificado como uma possível cobaia das más línguas que insistem em contorcer meus dizeres, além disso conseguem me ferir das dez maneiras que mais condeno: levantam mentiras sobre minha honra; ignoram-me sem listar motivos concretos; não cumprem o que me prometeram ou devem; mentem sobre mim sem me dar direito de defesa; brincam com meus sentimentos; me negam ajuda quando tem oportunidade em colaborar; são hipócritas comigo; ferem alguém de quem gosto sem motivos concretos; fazem comparações nocivas perante meu comportamento e demais estatísticas; e me embromam com algo que eu considero importante.

Diante de todos esses problemas de interação social eu vivo em um paradoxo: por uma lado vivo em constante conflito idealístico na presença de pessoas que não me compreendem, por outro lado convivo normalmente com minhas pessoas queridas, nunca me faltando numerosos e valorosos amigos dos estilos e utilidades mais variados, mesmo sendo exótico mostro-me amistoso e aberto a conversas profundas com aqueles que tem intimidade comigo.
Sou solitário por evitar me expor, por isso levo meses e até anos para saber se vale mesmo a pena que alguém entre em minha vida amistosa ou amorosa, pouco me importa quantos meses ou anos posso passar solitário, este fardo é sempre mais leve para mim por ser característico de minha natureza. Pessoas entram e saem da minha vida com frequência e assim prefiro, ficam os bons e saem os maus. Em uma breve definição, minha solidão se reflete ao fato da seletividade idealística e níveis metódicos de ganhos e perdas, podem me chamar de ultra-racional, mas acredito que estejam certos, minha emotividade é quase inexistente, quase nada me abala, salvo quando entram em jogo as atitudes que julgo por intoleráveis como já citei.

Antigamente eu sentia dores, hoje apenas tenho cicatrizes emotivas profundas, várias travas físicas e mentais que determinam mecanismos de defesa para todos os fins e isso me traz vantagens como um maior auto-controle de minhas ações e planos; e desvantagens como a insensibilidade emocional gerada pelo racionalismo hiperbólico que me torna uma espécie de autômato de carne, algo parecido com uma máquina avançada seguindo seu conteúdo programático, fazendo cálculos variados para obter êxito em suas metas e objetivos, sendo eles concretos ou abstratos. Tudo segue um fluxograma pouco variável e quase inflexível quando minha vida não consegue ser dividida em camadas de posses e idealizações, essa racionalidade extremista já me fez ver as pessoas como peças de xadrez a serem usadas como degraus para o alcance de meus desejos, hoje em dia estou a fim de esquecer rótulos como: "chave de acesso", "aliado eficaz", "aliado temporário" e "peça descartável", é uma maneira muito fria de encarar as pessoas, essa frieza chega a ser uma rispidez e um total desrespeito a todas as pessoas que me rodeiam. Atualmente já não as vejo dessa forma, mas permaneço medianamente gélido para evitar decepções.
Podem me chamar de narcisista também, por realçar meu egolatrismo e materialismo, tenho a impressão de definhar como se estivesse predestinado a lutar constantemente com meu lado oposto que mais parece uma analogia entre minha pseudo dupla personalidade, algo bem próximo ao embate dos personagens Dr. Jekill, o médico bondoso em sua humanidade e dogmas de conduta social e o Sr. Hide, o monstro de sua personalidade algoz com relação ao Dr. Jekill, psicótico e desprovido de travas psico-sociais. Lógico que não sou tão extremo como esses personagens, mas analogamente é uma referência bem cabível ao meu comportamento com bases dualistas.

Sinto-me uma cobaia a ter que sofrer por determinados resultados dos testes em mim aplicados, mas quem disse que as coisas boas são fáceis? Certamente seria muita preguiça de minha parte pensar que a vida será uma simples brincadeira e tudo virá conforme eu desejar, conflitos internos existem e são mais dolorosos que os externos, por isso prontifico-me a saber como sobreviver nesse enorme e perigoso laboratório que chamamos de vida.

- Mensageiro Obscuro.
2004.


Foto: "Sweet Memories" por Freydoon Rassouli.
Portal do artista: Rassouli