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Pesquisa no Abismo

Minha Arte

Mensageiro Obscuro é um escritor performático que possui um espetáculo solo no qual recita textos utilizando vestuários exóticos, maquiagens e outros recursos criados por ele. Escreve prosas poéticas, poesias, contos, crônicas, pensamentos, frases e experimenta outras formas de escrita.

Seus principais estilos e temas em suas obras são: aventura fantástica, realismo fantástico, autobiografia, onirismo, ultra-romantismo, simbolismo, drama, horror e suspense, ocultismo e misticismo, mitologias, filosofias, surrealismo, belicismo, natureza, comportamento, erotismo e humor.
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sexta-feira, 16 de março de 2012

Aprendi a Vencer no Amor

 Certa vez aprendi em algum local que tudo que podemos dar aos outros deve existir primeiro em nós, realmente esse conhecimento é verídico. Quando temos por nós mesmos o amor, companheirismo, compreensão, respeito, perdão e outros sentimentos; transmitimos essa energia saudável adiante para quem consideramos importantes em nossas vidas. Descobri que estou em constante construção e para me edificar preciso remodelar rotineiramente uma base firme para sustentar todo o resto. A vida é dura e sem boas estruturas eu entraria em decadência, mas não me permito a viver da pior maneira, sigo em frente acreditando em mim. Tudo que passei a viver quando me tornei aventureiro teve mais sabor, aprendi o valor profundo da singularidade, liberdade, privacidade e introversão, esses são os quatro sabores que degusto tanto como se fosse um glutão voraz ou o mais refinado dos apreciadores de iguarias. O verdadeiro aventureiro tem um espírito guerreiro no qual ele assume riscos de sucesso e fracasso, perde seus medos e desapega do que lhe faz mal. É assim que a vida segue para mim, desapegando de medos e travas que atrapalham a vida, pois ela é curta demais para que eu sofra com todas as negatividades que posso criar e nutrir.

Os problemas e dores obtidos devem tornar-se aprendizado para sermos melhores de modo geral e cada obstáculo só reforça que não devo me deixar vencer pelos problemas, mas devo sim me tornar cada vez mais poderoso para derrotá-los. Perdi o medo de me entregar de corpo e alma para quem amo, assim como abandonei o medo de assumir meus pensamentos e sentimentos que poderiam ser pisados por tal pessoa. Larguei meu orgulho, frieza, insegurança, arrogância, prepotência, receio e até parte da racionalidade para me entregar ao meu propósito de experimentar um amor verdadeiro e faria tudo igual se existisse uma máquina do tempo.

É fatídico que sofri e ainda sofrerei com o amor, mas regenero-me dos maus bocados e sem amor a vida é amarga, portanto invisto em mim, na família, nos amigos e em uma companheira. Consegui até sentir a raríssima sintonia profunda entre mente e corpo que por vezes só sentimos com uma ou duas pessoas durante nossa existência, aprendi muito com isso e sigo adiante. No final de diversos sofrimentos saí vitorioso ao eliminar minhas antigas barreiras mentais e comportamentais, não me arrependi de nada que fiz por entender isso como aprendizado, e sei que tenho energia para amar intensamente outras tantas vezes.

Passei a viver intensamente e não sei se essas batidas do coração, beijos e abraços serão os últimos, então não nutro negatividades por mim e nem pelos outros. Quando amamos a nós mesmos e a certas pessoas é possível até o retorno e o renascimento de antigos sentimentos, isso pode ocorrer quando ambas as partes se entregam a recomeçar após amadurecer. Vivi ganhos e vitórias, assim como perdas e derrotas, mas é justamente com o pior lado da vida que aprendo o melhor para mim e prossigo minha jornada solo.

Vivo como um índio guerreiro que luta de peito aberto sem medo das armas inimigas, sem armaduras, sem elmo, somente de corpo pintado, com cicatrizes de antigas batalhas e com o espírito exalando todo o poder pelos poros. Caminhando pela floresta com a cabeça erguida e arma firme nas mãos dentro da selvageria existencial onde posso ser predador e presa, mas não recuo e nem me rendo pois nasci para essa guerra. Eu costumo me apresentar citando que "sou um aventureiro que busca saberes e prazeres sem grilhões e raízes" e de fato estou certo. Ninguém pode me tirar quem sou e o que sou, nem mesmo eu, por isso confirmo que estou em guerra e que já perdi muitas lutas, mas venci muitas outras e por isso caminho na estrada que me torne alguém melhor.

- Mensageiro Obscuro.
Março/2012.

Foto: Montanha canadense encontrada no Google Imagens.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Arlequim Tragicômico


Tenho que entender que a vida nem sempre pode ser analisada como um monte de análises críticas, cálculos, metodismos, reformulações mentais e demais conceitos que agilizam ou atrasam minha evolução. A evolução de consistir em taxas de equilíbrio entre minhas atitudes ofensivas e defensivas, amistosas e inimizantes e entre tantas outras dualidades presentes em meu ser.
Noto que consigo ser uma das poucas pessoas que eu conheça que é tão dualista com emoções, a maior prova disso é o meu amor e ódio interno que engloba até a mim mesmo, eu sou talvez o único que consegue amar-se e odiar-se, oscilando em diversas fases de aderência e ostracismo sociais para a reformulação personalística, isso causa diversos conflitos interiores causadores de falhas psíquicas retráteis, algo parecido com um sincopismo de fatos e uma inconstância muito estranha.
Já passei por várias revoluções internas, elas me melhoram, mas é esse o alto preço do poder: perco minha humanidade me tornando automático e programado, cada vez mais insensível e chega a ser cômico como pareço um arlequim a rir de minha própria desgraça fazendo de minha vida um palco de emoções e atitudes intensas, harmônicas e desarmônicas. Eu posso dizer que sou meu melhor amigo e meu pior inimigo, pois ora faço o que preciso, ora me acovardo e sou corajoso o suficiente para admitir meus erros e desejo melhorar, isso me torna superior a muitas pessoas, ao mesmo tempo noto que ninguém é superior, cada pessoa possui uma série de pontos antagônicos e nesse antagonismo contínuo aqui estou.

É complicado estar sempre explicando como as coisas funcionam em minha mente, às vezes tenho a impressão de pensar em duas coisas por vez e ao mesmo tempo minha versatilidade se aplica a atitudes físicas pouco complexas, mas consideravelmente talentosas para alguém jovem, nem por isso acho-me brilhante, pelo contrário. Nunca é bom pensar que sou o melhor, mesmo pela razão de não o ser e em seguida por saber que posso ser alguém melhor a cada vez que descubro uma nova falha. E mais uma vez como um arlequim risonho a encantar a platéia eu estou protegido atrás de minha máscara e divirto-me solitariamente.
Vivo sendo criticado pelo meu perfeccionismo e auto-modelagens sucessivas, sou quase obsessivo quanto a minha expansão e que em algumas ocasiões pareço ter uma indignação com minha vida, acredito que eu seja insatisfeito com quase tudo, posso ser catalogado como alguém de "espírito perturbado" por ser sempre tão penetrante em metas de autocorreção e expansões comportamentais.

Como se fosse o grande artista que não sou, quem sabe um simples arlequim tragicômico diante do palco social, digo que só sou um homem em busca da minha evolução física, mental, profissional e espiritual e nada irá me fará mudar meu estilo em prol do sacrifício de minha felicidade egoísta para realizar o crime de agir como a sociedade quer, criando a felicidade altruísta; em seguida abaixo as cortinas do espetáculo e me retiro desse palco virando-me de costa bruscamente ignorando essa grande platéia dissimulada.


- Mensageiro Obscuro.
2004.

Foto: "Arlequim e Pierrot" de André Derain, 1924.