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Pesquisa no Abismo

Minha Arte

Mensageiro Obscuro é um escritor performático que possui um espetáculo solo no qual recita textos utilizando vestuários exóticos, maquiagens e outros recursos criados por ele. Escreve prosas poéticas, poesias, contos, crônicas, pensamentos, frases e experimenta outras formas de escrita.

Seus principais estilos e temas em suas obras são: aventura fantástica, realismo fantástico, autobiografia, onirismo, ultra-romantismo, simbolismo, drama, horror e suspense, ocultismo e misticismo, mitologias, filosofias, surrealismo, belicismo, natureza, comportamento, erotismo e humor.
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domingo, 4 de março de 2012

Máscara do Falso Poder

Há pessoas egocêntricas que não melhoram por dentro enquanto a vida passa, esses indivíduos possuem um passado capaz de rasgar suas mentes e seguem adiante com feridas abertas, adotando o sofrimento e pessimismo como estilo de vida. Sua decadência impede seu avanço vital em alguns campos como intrapessoalidade, vida social, afeto e sexo e até estudos e trabalho. Então, tal pessoa pode revelar-se confusa, orgulhosa, prepotente, arrogante, agressiva, grosseira, frustrada e insegura, e nesse sistema é possível criar um conjunto de mecanismos de fuga da vida e de si mesma precisando fingir-se de fria, indiferente, insensível e racional na tentativa vã e infantil de parecer superior; mas tudo não passa de uma maquiagem para disfarçar sua grande passionalidade e fragilidade notáveis. Têm pessoas infelizes e ferem-se facilmente no decorrer da vida, mas todo esse conjunto de defeitos cria defesas já catalogadas pela psicologia. Estar vivo na gangorra dos altos e baixos que ocorrem não é mesmo fácil para nós, em especial para quem entende a vida da pior maneira possível com um pessimismo corrosivo capaz de amargar as coisas mais belas e doces da vida; e de tanto medo da continuidade do ciclo vital tal ser acaba cometendo atos sem noção, justificando-os levianamente com argumentos pífios dignos de uma pessoa mimada.

Quando o amor próprio e a realização pessoal são minúsculos passa a existir uma prisão em nós mesmos transformando-nos em seres incapazes de lidar com nossos problemas em busca de soluções. Sem uma boa estrutura intrapessoal e emocional não poderemos ser grandes o suficiente para oferecer muito aos demais, nesse momento um sentimento de pequenez e amargura toma conta da mente dificultando a vida de forma geral. Portanto, nesse caso quem é muito pouco não terá conteúdo e atitudes para saciar as grandes personalidades encontradas durante a existência, devido a esses serem dotados de exigências proporcionais ao que podem oferecer e estes não se contenta com migalhas. Devemos aprender que superamos os problemas ou deixamos que eles nos superem, portanto devemos estar de bem conosco ou a vida nos ferirá intensamente.

O masoquismo é constante na vida de quem persiste em errar das mesmas formas, portanto a repetição gera a morbidez e esta se prolonga no apego pelo autoflagelo. É comum nos problemáticos que atirem seus problemas para “debaixo do tapete” ou "para cima dos outros" como mecanismo de transferência de sua negatividade para um alvo, assim tentando se aliviar de suas dores. Mentes perturbadas tornam-se uma “colcha de retalhos” que de tão emendadas não se tornam uniformes o suficiente para prosseguirem numa vida saudável em praticamente campo algum de suas necessidades. Existem várias fugas para a realidade e é até bom recorrer a elas vez ou outra, porém quando as fugas são mais comuns que o enfrentamento realista certamente possuímos um grave transtorno e trauma a corrigir, em especial o medo de viver que é realmente patológico.

Não é certo um indivíduo saudável e de bem com a vida guardar mágoa, rancor, raiva, tristeza e outros sentimentos negativos por gente muito doente da cabeça, é mais viável entender que essas são pessoas problemáticas e que precisam ser cuidadas e protegidas de si mesmas. Uma pessoa que apresente tantas defesas dá um sinal claro de fraqueza pessoal em termos afetivos e emocionais, porém mais fraco é quem não quer mudar e se prende a viver da pior forma. Problemáticos costumam ressaltar seus problemas e defeitos como regras inalteráveis; com isso persiste um drama quase teatral para chamar atenção que dizem ignorar. Gente assim dificilmente vence obstáculos, pois se consideram menores que seus entraves para as realizações. Tais seres escondem seus rostos por trás da máscara do falso poder e assim permanecem definhando em si próprias sendo dignas de pena e de ajuda especializada com tratamento adequado antes que seja tarde demais. 

- Mensageiro Obscuro.
Março/2012.

Foto: Máscara veneziana com tema musical sem referências encontradas através do Google Imagens.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Arte, A Expressão Humana

A arte acompanha a humanidade desde o início das primeiras civilizações primitivas, somos seres sociais e gregários, devido a isso podemos notar como a expressão humana se mostra por várias maneiras, seja essa verbal, escrita, desenhada, gestual, corporal, simbólica e também artística. Não vivemos sem formas de comunicação, por isso é lógico que nossos ancestrais ainda construíam o básico de nosso patrimônio, por isso desenhavam, rabiscavam e esculpiam, então surgiu a arte rupestre.

As sociedades humanas cresceram, nômades tornaram-se agricultores, criaram-se deuses e religiões,surgiram as moedas, o comércio, as profissões, os impérios, linguagens aprimoraram-se, a população humana expandiu-se e impérios se ergueram. Líderes, gênios e conquistadores surgiram, verdades e lendas se mesclam a nossa cultura e somente a razão e lógica filtra possíveis verdades. Foram inventadas a literatura, dança, escultura, desenho e outras formas de artes, nossas expressões seguem o mesmo caminho da evolução das civilizações: com seu processo finito e expositor da realidade e fantasia de seu tempo, assim surgem novas artes, estilos, técnicas, utensílios e demais fatores.

Através dos séculos nós humanos firmamos nossa "imortalidade" (simbólica) pela memória de nossas obras para a humanidade, esta possui  personalidades marcantes nos campos das artes, filosofia, ciências e assim por diante, alguns exemplos são: Leonardo Da Vinci, Augusto dos Anjos, Renoir, Einstein, Gustave Doré, Nietzsche, Voltaire, Florence Nightingale, Lavosier, Santos Dumont, Fernando Pessoa, Edgar Allan Poe, Alexandre O Grande, Monteiro Lobato, Vlad Teppes e muitos outros. A arte é uma das mais intensas expressões humanas e ao registrar e propagar nossas mentalidades seremos imortais.

- Mensageiro Obscuro.
Maio/2008.

Foto: "Aristóteles e Platão" por Raphael Santi.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Conceitos e Preconceitos

Em nossa sociedade notamos diversos conceitos para definir diferentes temáticas do cotidiano. Os preconceitos são um terrível problema para a harmonia social, por meio de conceitos pré-modelados e discriminação é possível prejudicar várias pessoas, introduzindo nelas estigmas sociais que são um grande fator excludente.
Atualmente, da mesma forma, como em tempos passados temos conceitos que definem o certo e o errado, às vezes de forma maniqueísta moldamos extremismos para citar algo, temos por exemplo: amizade; paixão; amores; promiscuidade; elegância e assim por diante. Essas definições estipuladas e introjetadas no senso comum geram uma aversão ao novo e ao exótico, por sua vez lançam os preconceitos à tona, como tiros enlouquecidos de um franco atirador impiedoso que não escolhe alvos.

As sociedades mostram conceitos muito diversificados com relação a muitos assuntos, uma região qualquer pode conter grupos sociais liberais ou mais conservadores, ainda existem fatores que conservam as tradições e dogmas para manter as raízes de seus povos. Vários povos são oprimidos por regimes culturais fechados podendo ser sujeitos a punições se tiverem um comportamento diferente de suas tradições, dois grandes causadores desse efeito opressor são o fanatismo religioso e a cultura de massa que acabam manipulando e regendo padrões aos cidadãos tornando suas vidas uma verdadeira ditadura neural.

Perante diversos fatos e problemáticas é possível notar que o ecumenismo torna-se algo muito oscilatório tendo casos em que a aceitação dos grupos é restrita quanto a tipos aceitáveis e inaceitáveis, podendo ter regidas regras morais de níveis de aceitabilidade social, diante de uma total ignorância e um desconsiderável esforço ao tentar entender e aceitar as diferenças alheias, a sociedade mundial tem níveis de abertura, mesmo assim a receptibilidade continua inconstante e fraca, isso tudo é graças a uma grande mal interno mútuo que abrange todos nós: o preconceito.
Um dos piores sentimentos já sentidos pela humanidade que em sua tão brilhante ascendência não conseguiu destruir essa ação emotiva irracional e instintiva, consistente em temer e excluir as partes diferentes, essa temeridade é extremamente nociva e esse medo torna-nos seres socialmente pútridos e aceitamos nossos defeitos internos e não nos damos ao luxo de dar a mesma chance ao próximo.

- Mensageiro Obscuro.
2004.

Foto: Patinho amarelo sofrendo exclusão social dos patinhos pretos. Encontrada no Google Imagens. Sem referências encontradas.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As Ovelhas Tolas

Um pastor muito inteligente queria engordar suas tolas ovelhas com uma ração sem sabor, mas ele sabia que elas perceberiam a falta do sabor e ignorariam a alimentação, por isso passou a mentir como induzi-las a comer mais e mais. Ele mentiu dizendo-as que a refeição seria saborosa, mas que teriam que renunciar vários prazeres para que se nutrissem dela, as ovelhas relutaram um pouco mais foram enganadas, seu fator psicológico ignorante e estagnado as condenou a sentir sabores incríveis em refeições insípidas, eis o milagre da fé das ovelhas e da astúcia maléfica do pastor, que vivia triste e queria espalhar sua infelicidade para outros seres, por isso as privou de viverem os prazeres da vida julgando-os como maus, assim teria companheiros na desgraça.
Vendo que as ovelhas eram tolas o pastor criou novas mentiras e as mentiras se intensificavam, as tolas ovelhas começam a acreditar que exista sabor na ração. Outras ovelhas, negras e cinzas alertavam as ovelhas brancas fanáticas, mas as ovelhas brancas eram ainda mais tolas e não cediam ao conhecimento da verdade sobre seu pastor, ao qual seguiam suas ordens cegamente, logo a ração não as alimentava com tanto vigor e seu trabalho aumentou escravagisticamente, o pastor cobrava novos desafios e isso doía nas ovelhas, mesmo assim elas pagavam suas promessas e o pastor felicitava-se com a tolice de seu rebanho.

As ovelhas brancas já estavam fracas, cegas, surdas, ignorantes, estagnadas e mesmo alertadas sobre as mentiras ditas pelo pastor, elas ainda se auto enganavam e o sustentavam com seu trabalho e seu culto, elas o amavam e seguiam seus dogmas malditos. Uma ovelha cinza foi chamada de herege e disse que o pastor vivia da desgraça da vida das ovelhas, impedindo que elas evoluíssem, mas a inconsciência gerada pela fé tola ensurdeceu as ovelhas brancas, evitando que pudessem saber a verdade, novamente elas estavam debilitadas.
Umas poucas ovelhas já desnutridas olharam para si e amadureceram, a maioria teve sua pelugem escurecida e viraram ovelhas pretas, tornaram-se rebeldes, sem atitude de protesto e boicote, um pouco indisciplinadas, estagnadas em seus conhecimentos e errantes quanto a sua luta, elas tendenciavam a ter uma vida pacata e bem sociável com suas semelhantes. Elas seguiram um caminho torpe e reto dentro de sua função incompreendida, mas eram bem aceitas pelas brancas, guardando seu rancor pelo pastor para si mesmas para evitar brigas.
Um número ainda menor virou um grupo seleto de ovelhas cinzas, amantes do conhecimento e da evolução, dualistas por natureza elas eram contestadoras, individualistas e heréticas ao ponto de não terem nenhum contato com seu pastor, evitando outras ovelhas, com isso tornaram-se um grupo temido mesmo sendo pequeno, a obscuridade tomava conta delas, grandes estudiosas de coisas desconhecidas e incompreendidas. Apenas o ódio e o desejo de boicote e protesto, viveram às sombras observando a queda das suas irmãs brancas sem sentir pena delas.

O pastor criou novas mentiras e desde então não parou, mas sempre teme o surgimento de ovelhas pretas e cinzas, pois elas são independentes e expansíveis, por isso ele teme que seu império caia e que as irmãs de suas tolas seguidoras venham derrubar seu rebanho impiedosamente exatamente como ele fez contra as minorias que ele jurou respeitar em seu pergaminho.
E você, que tipo de ovelha é?

- Mensageiro Obscuro.
2004.

Foto: Filhotes de ovelha branca e preta. Encontrados no Google Imagens. Sem referência.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Mídia Dominadora

A mídia combina meios de comunicação para introjetar a cultura de massa a fim de manipular e padronizar a mente dos cidadãos para que adotem modismos comportamentais, preferenciais, vestuais e demais limitações. Os influenciados pela cultura de massa firmam preconceitos, possuem cultura limitada e não desenvolvem sensos crítico, analítico e reflexivo, além disso são desprovidos de opinião individual. A alienação cria a dependência de conceitos pré-modelados para todos os assuntos, criando uma relação de dependência opinativa, com isso os alienados servem como marionetes para os grandes mercados capitalistas que visam o lucro e ocultamento de informações.

Algumas possíveis soluções para alcançar um nível cultural mais refinado e abrangente, são: ler bons livros, revistas e jornais que estimulem as capacidades reflexivas e cognitivas do indivíduo, divertir-se com jogos que estimulem o raciocínio, percepção e interação sociocultural; e buscar contatos sociais intelectualmente expansíveis. Desta forma, através de uma busca mais intensa por uma capacitação cultural melhor, é possível que nos tornemos mais evoluídos a cada época, sem abrir mão de nossa personalidade, podendo até desenvolver estilos individuais e novos ideais sobre o mundo ao nosso redor, assim, longe da cultura de massa não nos fechamos para a realidade que nos rodeia.

- Mensageiro Obscuro.
Abril/2005.

Foto:  Imagem sem referências encontrada no Google Imagens.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A Sociedade e o Sistema, Uma Análise Pessimista

Nossa sociedade visa muito padrões, o Sistema quer mentes atrofiadas, quanto menos instrução e amplitude intelectual melhor será para que as elites dominantes organizem o povo como gado manipulável para realizar seus objetivos escravocratas disfarçados de democracia, vivemos uma utopia onde temos possibilidades de seguir um "Kit Felicidade".Temos uma realidade quase que única imposta pelos meios de comunicação em massa, mensagens subliminares, padronização e policiamento sociais, senso comum e outras armas para manter a sociedade controlada e estagnada, tal processo causa uma eficiente maneira de enganar as percepções do povo para a terrível realidade onde não temos segurança, estabilidade financeira, saúde, transporte, educação formal, educação ecológica, instrução acadêmica, afeto e outras coisas essenciais para nossa espécie, então estamos fadados a viver em um mundo onde viver é sobreviver.

Nosso poder de mudança é enorme, mas a desorganização e falta de caráter da maioria torna quase impossível revolucionar a sociedade já que mesmo que isso acontecesse o mal já reside em nossa cultura, logo seria trocar um inimigo por um vilão ainda pior, então resta-nos moldar nossa realidade com alguns recursos materiais e espirituais variados tentando tornar a vida mais bela e agradável, mas sem fechar-se para a realidade, que ainda nos aliena muito.

O Sistema se divide em quatro componentes principais a explorar:
Primeira parte: senso comum: um conjunto de conhecimentos simplórios que determina padrões maniqueístas e intolerantes perante divergências ideológicas. É comporto por cultura popular e massiva, na qual o conhecimento simplório se amplia e fica famoso determinando os rumos básicos do pensamento coletivo. Segunda parte: cultura de massa: é uma cultura aplicada pelas elites visando estabelecer comportamentos e uma identidade manipulável e tola ao povo, assim a população absorve conhecimentos torpes e consuma seus produtos de baixo nível que os tornarão patéticos e fracos de personalidade que não saberão os planos malignos das elites. Terceira parte: padronização social: um conjunto de regras que determina desejos e comportamentos sociais, fixa uma identidade padrão limitada aos cidadãos, tal coisa faz as pessoas terem objetivos, desejos, preferências e outras coisas iguais entre si. Quarta parte: policiamento social: é um proselitismo comportamental no qual os alienados pelo senso comum, cultura de massa e padronização social mobiliza a "normalização" de todo humano excêntrico e exótico que aparecer e que contestar a ordem social limitada e limitável do Sistema.

Acompanhando a análise sobre as influências do Sistema podemos definir a invenção do "Kit Felicidade" que é uma soma de regras sociais, desejos coletivos, consumismo, pensamentos padronizados e outros elementos nos quais uma elite dominante define vários parâmetros de nossas vidas tornando-nos limitados, nesse caso escolhem que vestuário devemos usar, o que devemos comer e beber, como devemos pensar e sentir, o que desejamos comprar, quem desejamos por perto ou longe, como devemos nos comportar e todas as possibilidades são construídas socialmente para uma manipulação e alienação maior do povo. Esse é o "Kit Felicidade", definem como você deve buscar a felicidade sendo esse um caminho no qual as opções são limitadas ao que é permitido de uma escala comandada pelas elites dominantes, pois mantendo o povo aparentemente feliz fica mais fácil dominá-lo. Cabe a cada pessoa decidir o que lhe torna feliz, mas ter um sistema que demonstre que só há um meio de se feliz é um abuso para com a individualidade alheia.

Pensando na individualidade alheia é que se calcula o quanto as elites temem a excentricidade, pois ela distancia as pessoas de uma alienação e manipulação, certamente o conhecimento é uma arma e chave para a libertação de mentes que evoluem através dos estudos, partindo dessa premissa nota-se que mentes livres são perigosas pois podem analisar e criticar o Sistema, mas a perfeição utópica é um dos alicerces que sustenta essa mentalidade coletiva, então por mera xenofobia exclui-se o excêntrico tentando obrigá-lo a aceitar o "Kit Felicidade" para que seja considerado "normal", nesse caso tentam cortar as peculiaridades que o tornam estranho na sociedade, isso garante menos um obstáculo na vida de muita gente, pois a figura do estranho, forasteiro, esquisito, questionador e contestador são figuras socialmente importantes, mas pouco aceitas, ainda mais em vida, postumamente gênios são reconhecidos, mas em vida passam por problemas como a exclusão, complexos de superioridade ou inferioridade, comportamentos solitários que podem gerar carências e outros fatores. A verdade é que gente normal pouco produz, mais fácil para elas é copiar o que já foi criado ou simplesmente julgar os excêntricos criadores de patrimônio para a humanidade.

- Mensageiro Obscuro.
Dezembro/2007.

Foto: Imagem com título e autor desconhecidos, foi encontrada no Google Imagens.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Cobaia Social

Observando as coisas como surgem penso às vezes que sirvo como cobaia em testes de alguma espécie de teoria de conspiração consistente em diversos focos independentes que sempre me põem como figura social incompreendida e dificilmente rotulada. É bem difícil rotular alguém tão versátil, talvez seja fácil incrementar conceitos relacionados em sinônimos relacionados à minha personalidade excêntrica e solitária tão incômoda para os indivíduos pré-julgados como "comuns". Na verdade todos temos peculiaridades, mas pessoas como eu nasceram exageradas nesse sentido.
Analisando casos decorrentes de péssimas interpretações perante meus ideais, gostos e desgostos, amores e ódios e demais motivações de meus conhecimentos empíricos e de meu estilo sibaritista, concluo que é difícil me relacionar em certa parte, pois minha linguagem nem sempre diz tudo que desejo e acabo por ser identificado como uma possível cobaia das más línguas que insistem em contorcer meus dizeres, além disso conseguem me ferir das dez maneiras que mais condeno: levantam mentiras sobre minha honra; ignoram-me sem listar motivos concretos; não cumprem o que me prometeram ou devem; mentem sobre mim sem me dar direito de defesa; brincam com meus sentimentos; me negam ajuda quando tem oportunidade em colaborar; são hipócritas comigo; ferem alguém de quem gosto sem motivos concretos; fazem comparações nocivas perante meu comportamento e demais estatísticas; e me embromam com algo que eu considero importante.

Diante de todos esses problemas de interação social eu vivo em um paradoxo: por uma lado vivo em constante conflito idealístico na presença de pessoas que não me compreendem, por outro lado convivo normalmente com minhas pessoas queridas, nunca me faltando numerosos e valorosos amigos dos estilos e utilidades mais variados, mesmo sendo exótico mostro-me amistoso e aberto a conversas profundas com aqueles que tem intimidade comigo.
Sou solitário por evitar me expor, por isso levo meses e até anos para saber se vale mesmo a pena que alguém entre em minha vida amistosa ou amorosa, pouco me importa quantos meses ou anos posso passar solitário, este fardo é sempre mais leve para mim por ser característico de minha natureza. Pessoas entram e saem da minha vida com frequência e assim prefiro, ficam os bons e saem os maus. Em uma breve definição, minha solidão se reflete ao fato da seletividade idealística e níveis metódicos de ganhos e perdas, podem me chamar de ultra-racional, mas acredito que estejam certos, minha emotividade é quase inexistente, quase nada me abala, salvo quando entram em jogo as atitudes que julgo por intoleráveis como já citei.

Antigamente eu sentia dores, hoje apenas tenho cicatrizes emotivas profundas, várias travas físicas e mentais que determinam mecanismos de defesa para todos os fins e isso me traz vantagens como um maior auto-controle de minhas ações e planos; e desvantagens como a insensibilidade emocional gerada pelo racionalismo hiperbólico que me torna uma espécie de autômato de carne, algo parecido com uma máquina avançada seguindo seu conteúdo programático, fazendo cálculos variados para obter êxito em suas metas e objetivos, sendo eles concretos ou abstratos. Tudo segue um fluxograma pouco variável e quase inflexível quando minha vida não consegue ser dividida em camadas de posses e idealizações, essa racionalidade extremista já me fez ver as pessoas como peças de xadrez a serem usadas como degraus para o alcance de meus desejos, hoje em dia estou a fim de esquecer rótulos como: "chave de acesso", "aliado eficaz", "aliado temporário" e "peça descartável", é uma maneira muito fria de encarar as pessoas, essa frieza chega a ser uma rispidez e um total desrespeito a todas as pessoas que me rodeiam. Atualmente já não as vejo dessa forma, mas permaneço medianamente gélido para evitar decepções.
Podem me chamar de narcisista também, por realçar meu egolatrismo e materialismo, tenho a impressão de definhar como se estivesse predestinado a lutar constantemente com meu lado oposto que mais parece uma analogia entre minha pseudo dupla personalidade, algo bem próximo ao embate dos personagens Dr. Jekill, o médico bondoso em sua humanidade e dogmas de conduta social e o Sr. Hide, o monstro de sua personalidade algoz com relação ao Dr. Jekill, psicótico e desprovido de travas psico-sociais. Lógico que não sou tão extremo como esses personagens, mas analogamente é uma referência bem cabível ao meu comportamento com bases dualistas.

Sinto-me uma cobaia a ter que sofrer por determinados resultados dos testes em mim aplicados, mas quem disse que as coisas boas são fáceis? Certamente seria muita preguiça de minha parte pensar que a vida será uma simples brincadeira e tudo virá conforme eu desejar, conflitos internos existem e são mais dolorosos que os externos, por isso prontifico-me a saber como sobreviver nesse enorme e perigoso laboratório que chamamos de vida.

- Mensageiro Obscuro.
2004.


Foto: "Sweet Memories" por Freydoon Rassouli.
Portal do artista: Rassouli

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Arlequim Tragicômico


Tenho que entender que a vida nem sempre pode ser analisada como um monte de análises críticas, cálculos, metodismos, reformulações mentais e demais conceitos que agilizam ou atrasam minha evolução. A evolução de consistir em taxas de equilíbrio entre minhas atitudes ofensivas e defensivas, amistosas e inimizantes e entre tantas outras dualidades presentes em meu ser.
Noto que consigo ser uma das poucas pessoas que eu conheça que é tão dualista com emoções, a maior prova disso é o meu amor e ódio interno que engloba até a mim mesmo, eu sou talvez o único que consegue amar-se e odiar-se, oscilando em diversas fases de aderência e ostracismo sociais para a reformulação personalística, isso causa diversos conflitos interiores causadores de falhas psíquicas retráteis, algo parecido com um sincopismo de fatos e uma inconstância muito estranha.
Já passei por várias revoluções internas, elas me melhoram, mas é esse o alto preço do poder: perco minha humanidade me tornando automático e programado, cada vez mais insensível e chega a ser cômico como pareço um arlequim a rir de minha própria desgraça fazendo de minha vida um palco de emoções e atitudes intensas, harmônicas e desarmônicas. Eu posso dizer que sou meu melhor amigo e meu pior inimigo, pois ora faço o que preciso, ora me acovardo e sou corajoso o suficiente para admitir meus erros e desejo melhorar, isso me torna superior a muitas pessoas, ao mesmo tempo noto que ninguém é superior, cada pessoa possui uma série de pontos antagônicos e nesse antagonismo contínuo aqui estou.

É complicado estar sempre explicando como as coisas funcionam em minha mente, às vezes tenho a impressão de pensar em duas coisas por vez e ao mesmo tempo minha versatilidade se aplica a atitudes físicas pouco complexas, mas consideravelmente talentosas para alguém jovem, nem por isso acho-me brilhante, pelo contrário. Nunca é bom pensar que sou o melhor, mesmo pela razão de não o ser e em seguida por saber que posso ser alguém melhor a cada vez que descubro uma nova falha. E mais uma vez como um arlequim risonho a encantar a platéia eu estou protegido atrás de minha máscara e divirto-me solitariamente.
Vivo sendo criticado pelo meu perfeccionismo e auto-modelagens sucessivas, sou quase obsessivo quanto a minha expansão e que em algumas ocasiões pareço ter uma indignação com minha vida, acredito que eu seja insatisfeito com quase tudo, posso ser catalogado como alguém de "espírito perturbado" por ser sempre tão penetrante em metas de autocorreção e expansões comportamentais.

Como se fosse o grande artista que não sou, quem sabe um simples arlequim tragicômico diante do palco social, digo que só sou um homem em busca da minha evolução física, mental, profissional e espiritual e nada irá me fará mudar meu estilo em prol do sacrifício de minha felicidade egoísta para realizar o crime de agir como a sociedade quer, criando a felicidade altruísta; em seguida abaixo as cortinas do espetáculo e me retiro desse palco virando-me de costa bruscamente ignorando essa grande platéia dissimulada.


- Mensageiro Obscuro.
2004.

Foto: "Arlequim e Pierrot" de André Derain, 1924.

Vivendo Entre os Seres Cíclicos

É perturbador viver em um mundo no qual sou impossível de me encaixar. A maioria das pessoas são vítimas do que chamo de Sistema Vital Cíclico, em que as pessoas se prendem a padrões para felicidade, opiniões, preferências, objetivos, estética, vestuário e outros fatores para seguir em modo linear um padrão de vida que engloba desde o interior ao exterior do indivíduo. Pessoas cíclicas costumam apresentar as seguintes características comportamentais: acreditam em verdades absolutas e aceitam imposições; fazem vários atos sem medir consequências; são facilmente manipuláveis e vítimas de modismos; aparentemente vivem sem propósitos específicos como se viessem ao mundo para passar férias; acreditam em padrões únicos para se chegar a um objetivo; casam-se e tem filhos por mero hábito como se fosse uma obrigação social e não tem muito o que ensinar a seus filhos na maioria das vezes; quando tem filhos não aceitam que eles sejam muito diferentes deles, agindo com pré-conceitos e desejam que seus filhos sejam cópias de si mesmos; não aceitam exotismos a menos que estes sejam aceitos pela sociedade burguesa e da mídia de massa; não costumam se rebela contra nada que atrapalhe suas vidas por julgarem-se fracos perante o mundo; não tentam entender as pessoas diferentes e chamam de loucos todos que não são como eles; e sabem rir do que e de quem desconhecem por serem ignorantes e temem o desconhecido sem estudá-lo por ser mais fácil excluir do que tentar entender.

Em resumo pessoas cíclicas não estão aptas a conviverem comigo sem me julgar como insano, que por sinal é algo que com certeza não sou. Já fiz exames de saúde mental e foi constatado duas vezes que estou acima da média de sanidade mental, por outra interpretação posso ser insano se for interpretado pelo fator de equilíbrio. Como disse uma professora do primário para minha mãe certa vez: "Ele não é maluco, é apenas uma criança muito estranha." O pior não é me julgar negativamente e sim fingir que me aceita e entende, estou sempre disposto a esclarecer dúvidas ao meu respeito, mas atualmente estou desistindo dessa idéia, tem gente que entende tudo errado como já senti na pele as graves consequências sendo acusado de ser o que não sou e fazer o que nunca fiz. Ser pré-julgado negativamente é horrível, eu senti na pele e não desejo a ninguém (talvez somente aos piores inimigos...)...
É bom frisar que não são todas as pessoas comuns que são tão fechadas para uma percepção mais apurada a respeito das coisas da vida, mas estas são raras, geralmente as pessoas cíclicas são estagnadas, limitadas, ignorantes, incompreensivas, alienadas, conservadoras, unilaterais, e dependem de mentalidades pré-formuladas.
Já as pessoas incomuns, que são muito raras, são expansíveis, ilimitadas, compreensivas, conscientes, multi laterais e criam suas próprias mentalidades. Em suma, podemos dizer que é traçada uma linha dualista entre a normalidade e a anormalidade, ser anormal não é algo negativo, apenas ilógico para quem não entende a diversidade personalística. É possível notar que os grandes homens e mulheres da humanidade que se imortalizaram por seus feitos e obras eram pessoas anormais, pois o normal só copia e julga mal, já o anormal cria e modela. A produção intelectual pode provir de pessoas julgadas normais, mas estas costumam ter potencialidades bem reduzidas se comparadas com pessoas excêntricas, exóticas e que estão intelectualmente à margem da sociedade.

Falar para uma pessoa cíclica sobre coisas fora de seu entendimento pode ser um erro fatal sujeito a a ser negativizado perante outros sentimentos e emoções nocivas quanto ao ser diferente e é justamente por isso que passo ao explicar sobre tudo que sou, por isso me protejo em mistérios e enigmas que só podem ser solucionados por pessoas muito especiais que posso contar nos dedos.
Não posso me revelar para todos que conheço, os efeitos são muito perigosos e tem coisas que não posso explicar. As respostas são complexas demais para mentes vãs e fracas, por isso meço quem me rodeia e só permito a poucos que me conheçam além do limite estipulado.
Sou obscuro mesmo, ou seja, significa que não posso ser compreendido por pessoas comuns, somente pessoas mentalmente maduras conseguem entender uma parte do que sou e percebem as pistas misteriosas que dou sobre mim. A maturidade não se refere a idade e sim atitudes e gestos que provam que o indivíduo cresce constantemente. É tudo como um enorme quebra-cabeças, mas só posso dar no máximo 70 das 100 peças do meu tabuleiro, isso só para quem for realmente testado e aprovado em minha seletividade. Pode-se saber muito sobre mim, mas jamais será possível saber tudo, sou misterioso por natureza, tudo é silenciado em prol de minha auto-preservação e auto-suficiência.

Sinto-me perturbado por tudo que sou, é duro expressar-me sabendo que não me entenderão, com todos esses acontecimentos acabo por concluir que é impossível que eu tenha uma boa vida social sem máscaras, portanto é melhor adotar uma atitude de uso de máscara social, assim fingindo ser muito menos do que sou e mascarando minha excentricidade poderei usufruir de uma vida social um pouco satisfatória. Quando algo não pode ser conquistado tenta-se comprar da maneira mais sagaz. Não sei como se julga isso, mas por questões de sobrevivência quando uma porta não se abrir tente entrar por uma janela.
Ninguém entende meu Processo de Vida e Morte, no qual vivifico minha parte harmônica e mato minha parte desarmônica. Agora basta saber que parte minha deve viver e qual irá morrer, já que minha excentricidade é o meu maior brilho. Sem minha excentricidade sou inútil e não conseguirei viver, por sorte minha natureza é imutável. Pensando nisso devo sempre me aceitar, mesmo que ninguém me aceite e eu seja obrigado a deixar todos que me rodeiam para trás matando a vida que tenho para renascer bem distante realizando minhas vontades e sendo quem realmente sou, independente dos fatores que dificultem minha aceitação social tenho consciência que tenho missões a cumprir em vida e não posso permitir que nada atrapalhe minha busca pelo que chamo de Poder.

É necessário interpretar com acuidade o mundo cultural ramificado que está ao nosso redor. A cultura de massa funciona como um veículo de distração para os grandes problemas nacionais e internacionais, essa aquisição de conceitos pré-modelados gera a padronização cultural e social, em contraste acrescenta e fortifica preconceitos a tudo que está à margem do senso comum que impõe regras e estilos forçados para todos os possíveis fins, tornando o comportamento dos influenciados automático e limitado. As barreiras limitadoras da cultura de massa agem na psiquê humana evitando que os manipulados não saibam se comportar adequadamente diante do exótico como um todo.
Seu desrespeito pela opinião diferencial causa graves transtornos sociais perante os excluídos, muitas vezes ridicularizadas, as pessoas marginalizadas por não se enquadrarem na padronização massificante, permanecem como membros incompreendidos e inadaptáveis ao regime preconceituoso e pouco abrangente.

A discriminação ridiculariza, critica sem embasamento e exclui indivíduos não correspondentes ao perfil exigido pelos grupos modistas estáticos e pouco receptivos; por razões de estagnar o conhecimento e prendê-lo ao que a mídia e o empirismo não fundamentado conseguem, a ignorância e seus efeitos nocivos ampliam diversos fatores negativos no convívio social e na própria mente dos indivíduos, assim eles crescem iludidos com seu estilo de vida e tornam-se descrentes, insensíveis, inflexíveis em contraposição aos problemas e soluções para sua própria existência.

Os alienados tem uma padronização em seguir modismos regidos pela mídia manipuladora, esse comportamento repetitivo é motivo de prestígio entre seus semelhantes.O modismo externa uma grande deficiência ou ausência de senso crítico, uma má avaliação empírica, argumentos depreciáveis e respostas ilógicas e incoerentes. A imensa falta de opinião individual dos modistas faz com que sua opinião seja quase sempre monossilábica e sem alicerces argumentativos, fazendo dos influenciados indivíduos facilmente manipuláveis e pouco racionais diante de situações que exijam uma boa base cultural necessária para que escolham e separem o que é benéfico ou nocivo; existem poucas variantes dentro de seu gosto pessoal estreito. Seja pela música, vestuário, comportamento social, objetivos de vida e demais fatores, o modismo está presente em diversos hábitos e interfere diretamente nas relações sociais, tornando suas relações harmônicas somente entre seus semelhantes.


- Mensageiro Obscuro.
2004.