Minha boca está armada com presas, sou minha própria arma e fortaleza, minha língua é a caneta da eternidade e meu sangue é tinta e veneno. Meus inimigos podem até correr, mas vou caçá-los com fúria implacável, nada interromperá minha vontade, meu corpo escuro está fechado. Sou fértil como Osíris, inteligente como Jehuty, imparcial como Anúbis e violento como Sekhmet. Nenhum inimigo me vencerá, sou energia perpétua e vou guerrear no Abismo, sendo incansável e potente. Sou espírito transfigurado e intocável, nada me detém.
- Mensageiro Obscuro.
Dezembro/2008.
-- Glossário --
Anúbis = Neter egípcio do submundo dos mortos, mumificação, auxiliador no julgamento, representante da imparcialidade e racionalidade. É representado como um homem com cabeça de chacal ou cachorro preto. Seu culto era realizado na cidade de Cynopolis e possui templos-cemitério para o treinamento de seus discípulos e cultistas.
Jehuty = Neter egípcio do conhecimento, intelectualidade, magia, mistério, ocultismo e Lua. É representado como um homem com cabeça de íbis ou macaco babuíno. Seu culto era realizado na cidade de Hermópolis, onde discípulos e cultistas treinavam seus conhecimentos em templos-biblioteca. É chamado pelos gregos pelo nome de Thoth.
Osíris = Neter egípcio responsável pelas técnicas necessárias para criar a civilização humana como a agricultura gerando colheitas fartas, assim como também tem o controle sobre águas do rio Nilo, é o deus da morte do Egito antigo. Representado como um homem de pele verde, podendo estar ricamente vestido tanto como humano de pele verde ou múmia faraônica. Ele é o principal entre os 42 juízes que presidem julgamentos aos espíritos na "Sala das Duas Verdades", onde se procedia a pesagem do coração ou "psicostasia". Osíris é mitologicamente apresentado como filho de Geb e Nut, irmão e marido de Ísis, pai de Hórus e irmão de Seth.
Sekhmet = Netert egípcia da guerra e das doenças, responsável por proteger o neter Rá e o faraó, sendo portadora de uma grande fúria ela se descontrolou ao cumprir a missão de punir a humanidade e esta foi quase extinta. É representada por uma mulher coberta por um véu e com cabeça de leoa. Seu culto era realizado na cidade de Mênfis.
Foto: Entardecer no Egito. Encontrado no Google Imagens.
que obra magnifica que você escrever mensageiro obscuro... gostei muito,.. parece aquelas trovas que se diz antes das poderosas batalhas....
ResponderExcluirme senti bem inspirado com isso.
abraços e escreva sempre
adriano siqueira
A expressão "meu sangue é tinta e veneno" ficou bem bacana.
ResponderExcluirLirismo arrojado! Bom, cara!
ResponderExcluirSe tua boca está armada e sendo você a própria arma isso significaria que tu te morde à toa?
ResponderExcluirNão gostei, camarada.
Gostei...ÓTIMO!
ResponderExcluirGostei sim. Palavras que viajam no gótico.
ResponderExcluirObscuro,
ResponderExcluirGostei disso:
"Minha boca está armada com presas,
Sou minha própria arma e fortaleza,
Minha língua é a caneta da eternidade,
Meu sangue é tinta e veneno."
Abraços!
Salmo 69!
ResponderExcluirSeu poema lembra os salmos bíblicos... ou os cênticos dos cânticos...
O 69 é de minha cabeça torta mesmo...
David,
ResponderExcluirParece um salmo mesmo. Uma espécie de oração para afastar os maus espíritos de alguma antiga seita politeísta.
Gostei.