Corri firme pelos campos nevados das montanhas, o céu era branco e pouco estrelado, árvores, pedras, rios e lagos... congelados, algo diferente havia em mim. Sentia energia pelo meu corpo, sentia-me mais instintivo, eu mudei e buscava minha egrégora. Notei cavernas escuras e geleiras imponentes, granizos caíam como estrelas pouco vívidas, na serenidade mortífera tudo era inóspito, o frio e ventos incomodavam-me menos. Minha aventura estava mais próxima do fim, abismos e cavernas agora eram meu território.
Vivi a edificante misantropia naquele lugar incrível, lá eu era livre de fardos da humanidade. Em meu lar distante eu podia ser eu mesmo, no alto da montanha observei o abismo e senti um poder interno crescente. Rosnei e urrei, logo senti-me maior e poderoso, pesado e peludo, meus trajes sumiram, transformei-me em um grande urso polar. Descansei em uma caverna escura, dormi entre meus parentes ursídeos. Hibernei até a próxima estação, esperando por dias melhores.
- Mensageiro Obscuro.
Dezembro/2008.
Foto: Urso polar na tundra. Encontrado no Google Imagens.
Ótima escolha de palavras. Bom estilo, sem ficar piegas quando se trata de "bichinhos" quase extintos.
ResponderExcluirAbraço.
Nem preciso perguntar se acredita em viagens astrais. Gostei de alguns versos de outros não.
ResponderExcluirAh egrégoras também servem pra definir essa conjunção de energias que se forma sobre o Bar do Escritor... em certas definições isso aqui também é uma egrégora.
Adoro proparoxitonas com "R" no meio.
ResponderExcluir"Rosnei e urrei, logo senti-me maior e poderoso"
Forte.
Também gosto de me sentir assim! Vai ver por isso as proparoxitonas me atraem: por sua força bruta!
Gosto da forma clara e cadenciada como escreve, mesmo narrando um sonho ou um arroubo onírico. Gostei sem tirar nem por!
ResponderExcluirMensageiro, sempre fiel ao seu estilo. Admiro isso em você, cara!
ResponderExcluirGostei do texto, abração!
Uma metamorfose e tanto. Gostado.
ResponderExcluir"Vivi a edificante misantropia naquele lugar incrível,
ResponderExcluirLá eu era livre de fardos da humanidade,
Em meu lar distante eu podia ser eu mesmo.
No alto da montanha observei o abismo,
E senti um poder interno crescente.
Rosnei e urrei, logo senti-me maior e poderoso,
Pesado e peludo, meus trajes sumiram,
Transformei-me em um grande urso polar.
Descansei em uma caverna escura,
Dormi entre meus parentes ursídeos.
Hibernei até a próxima estação, esperando por dias melhores."
Lindo, intenso, repleto de sentimentos e emoções.
Você é uma metamorfose ambulate! hehehehe
ResponderExcluire quem não gosta de ser? :D
Esse poema ficou com uma intensidade magnífica e muito bem escrito como sempre!